Blog

A OFERTA E A DEMANDA

O setor de Rental de máquinas e equipamentos — especialmente a linha amarela — tem uma trajetória marcada por crescimento, resiliência e transformação. Um dos maiores desafios vividos foi o período da Operação Lava Jato, que interrompeu bruscamente o ritmo de expansão. Ainda assim, o mercado respondeu com vigor e retomou sua curva de crescimento já no período pós crise, mostrando a força e a importância desse segmento na economia brasileira.

Hoje, estima-se que, dos 50 mil principais CNAEs do setor de locação, apenas 10% estejam ligados à linha amarela. Ainda assim, trata-se de um mercado pulverizado, formado majoritariamente por pequenas empresas operacionais com vocação e desejo de crescimento orgânico. Temos acompanhado — e vivido — diversas histórias de superação e avanço, mesmo diante de gargalos importantes como crédito caro, juros elevados e escassez de mão de obra qualificada.

É importante destacar que a evolução do Rental não acontece de forma isolada. Ela é impulsionada por uma rede que envolve a indústria, a rede de concessionários (dealers), o interesse do mercado financeiro, os locadores, e os usuários finais — empresas que utilizam a mecanização como base para produzir mais, melhor e com maior segurança. A presença de eventos, feiras e o interesse do mercado internacional pelo Brasil mostram que há apetite e espaço para crescer. Isso impõe um desafio estratégico: o reposicionamento das empresas para aproveitar as oportunidades e se fortalecer como agentes de produtividade, inovação e governança.

No lado da oferta, vemos uma cadeia que investe em tecnologia, formação, estrutura e sustentabilidade. O Rental se apresenta como uma alternativa de baixo risco e alta produtividade, alinhado com as boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Um verdadeiro porto seguro para quem deseja crescer com responsabilidade.

Do lado da demanda, há um longo caminho a ser trilhado — mas com boas perspectivas. As concessões na área de infraestrutura (estradas, ferrovias, portos e aeroportos) reacendem a esperança de um Brasil mais conectado e produtivo. O saneamento, com sua transformação de obras em saúde pública, também se apresenta como motor de desenvolvimento. Estados que já avançaram nessa direção colhem os primeiros frutos.

O agronegócio e a mineração — duas das maiores riquezas brasileiras — seguem firmes com alta demanda por mecanização, gerando emprego, renda e fortalecendo a balança comercial.

Ainda assim, sabemos que o Brasil poderia estar em posição muito melhor. Para isso, é preciso enfrentar desafios estruturais: a confiança na economia, a previsibilidade do governo, o custo fiscal, o acesso ao crédito e os juros. Investir em qualificação profissional e ampliar a formalização do trabalho são medidas urgentes. O exemplo de países que apostaram na educação deve nos inspirar.

Muitas empresas estão fazendo sua parte, formando novos profissionais e abrindo espaço para a nova geração. Mas é fundamental que o governo também assuma seu papel, reposicionando políticas públicas para estimular o emprego formal e dar sustentabilidade ao sistema, como o INSS, que depende diretamente da base ativa de trabalhadores.

O trabalho é o melhor caminho para qualquer sociedade. Ele gera saúde, autoestima, dignidade, distribuição de renda, aumento do consumo, qualidade de vida e segurança pública. O Brasil precisa superar debates polarizados e improdutivos, e encarar com seriedade as reformas estruturais.

Temos uma estrutura de oferta e demanda viva, com potencial de ser protagonista mundial. E, mais do que isso, temos um povo que quer e sabe trabalhar com dignidade.

 

Eurimilson Daniel

Presidente ESCAD Rental

#construtoras

#infraestrutura

#agronegócio

#mineração

#rentallinhaamarela

Fale com
um consultor
ESCAD